Boas vindas à todos!

Esta é a iniciativa de três professores de Psicologia (e cinéfilos), que passavam horas no whatsapp comentando inúmeros filmes, indicando novas (ou velhas) obras cinematográficas. Buscamos com este blog compartilhar com todos os interessados nossas indicações e opiniões, claro que bastante recheadas de visões psicológicas!


Caso se interesse pelo filme que indicamos, recomendamos que você assista o filme e retorne ao nosso texto, se possível comentando, concordando ou não com nossas opiniões, e claro dando as suas próprias!


Você é bem-vindo a participar com a gente!

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Clube de Compras Dallas (2014)



Esse é um dos grandes ganhadores do Oscar de melhor ator principal (Matthew McConaughey) e coadjuvante (Jared Leto) de 2014. Na década de 1980, a AIDS ainda é uma doença associada a grupos de risco, sendo chamada de "câncer gay". Não é à toa que o eletricista texano Ron Woodroof se surpreende ao ser diagnosticado com a doença. Ele mesmo homofóbico, passa a ser discriminado pela comunidade onde vivia, estando sentenciado à morte, dentro de 30 dias.

Na época o AZT, a primeira droga lançada contra o vírus HIV, estava sendo testado, sendo somente distribuídos a poucos pacientes (que não sabiam se estavam recebendo o remédio ou o placebo). Mas seus efeitos colaterais eram gigantescos. Woodroof vai buscar um médico no México, e descobre outras formas de tratamento, o que bem depois levará a criação do coquetel de tratamento.

Essa história é comovente em seus mais diversos níveis. Ela nos trás um pouco da luta dos portadores do HIV por tratamento, tendo muitas vezes que enfrentar as indústrias farmacêuticas, que focavam na venda do AZT. Além disso, ela nos mostra como que a doença deu visibilidade à discriminação dos homossexuais, travestis e transexuais. Mesmo Woodroof, texano e peão de rodeio, sempre mostrou desprezo pelos gays, mas a convivência com Rayon, o fez modificar sua visão, criando por ela um afeto sincero. 

Essa parte é muito interessante. Perceber como a convivência em um problema e um ideal comum podem reunir mundos tão discrepantes como um peão (com toda sua incorporação do ideal heteronormativo), e uma travesti. E como que a convivência, o encontro, consegue mostrar a fragilidade de qualquer estereótipo. Quando há preconceito, há um abismo entre o mundo considerado "normal" e "bom", daquele que é considerado "doentio" e "pecaminoso". quanto maior a distância, o estereótipo aumenta, pelo desconhecimento de que um e outro são, no seu conjunto, seres humanos. Assim, com o tempo, Woodroof deixa de maltratar Rayon por suas escolhas sexuais e de gênero, e passa a vê-la como uma pessoa boa, com ótimo tino comercial, porém com dificuldades de superar seus problemas com a doença e com o abandono afetivo de seu pai, abusando das drogas. Ou seja, como uma pessoa inteira, com seus altos e baixos.

Vale muito a pena assistir a esse filme, e ver com mais detalhes essa parte muito importante de nossa história.








Um comentário:

  1. Genial! Eu amo este artigo! O elenco deste filme é ótimo, eu amo os filmes de drama onde Matthew Mcconaughey aparece, o ultimo que eu vi foi Ouro E Cobiça, adorei! De todos os filmes que estrearam o ano passado, este foi o meu preferido, eu recomendo, é uma historia boa que nos mantêm presos no sofá. É espetacular. Pessoalmente eu acho que é um filme que nos prende, tenho certeza que vai gostar, é uma boa história. Definitivamente recomendado.

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